13 sinais de AUTISMO LEVE – NIVEL 1 DE SUPORTE

Muitos autistas escutam frequentemente frases como: “Nossa, mas é tão leve!” ou “Tenho certeza de que é super levinho!” e “Isso é apenas coisa da sua cabeça”. Infelizmente, tais declarações são apenas algumas das inúmeras que autistas e seus suportes ouvem todos os dias. Devido a isso, muitos desenvolvem uma aversão à expressão “autista leve”. Portanto, nesta edição do nosso artigo, vamos explorar sobre os sinais de autismo leve em detalhes.

Olá! Meu nome é Giovana, e tenho 26 anos. Sou uma pessoa autista e você está lendo o artigo “Vivendo no Espectro”. Para iniciar 2022, estou animada em compartilhar esse tema tão importante. Durante a virada do ano, tive o privilégio de não ouvir fogos perto de minha casa, algo que pode ser muito perturbador para alguns de nós. Mas essa não é a realidade de todos, e espero que no próximo ano isso mude.

Desmistificando o Autismo Leve

O termo “autismo leve” pode ser enganoso. Para muitos de nós, de “leve”, o autismo não tem nada. E é devido a essa percepção errônea que muitos autistas se sentem invalidados. É importante compreender que nem todos reagem bem ao termo “autista leve”, pois muitos não veem nada de “leve” na condição.

Por conta das invalidações frequentes, muitos de nós sentem um certo desconforto ou “ranço” com o termo. Abordarei aqui 13 características do autista de nível de suporte 1, tanto na infância quanto na adolescência e vida adulta, conforme muitos me pediram. É fundamental observar se alguém próximo a você apresenta esses sinais de autismo ou sintomas.

Primeiro, é vital entender que não há uma característica física distintiva para uma pessoa no espectro autista, seja ela de suporte nível 1, 2 ou 3. Quero deixar claro que o autismo não tem cura e não é uma doença. Ele varia ao longo do espectro e pode evoluir ou regredir. Por exemplo, um autista nível 1 pode, em algum momento, se tornar nível 2 ou mesmo nível 3 não verbal, ou vice-versa.

autismo

A segunda característica é o desinteresse ou a dificuldade de interagir. Algumas crianças preferem se isolar ou têm desafios em ambientes de grupo. Outras simplesmente não desejam interagir. Por exemplo, às vezes sinto uma genuína falta de interesse em estar com as pessoas, embora em outras ocasiões, sinta falta de ter amigos.

Terceiro, muitos autistas agem como se não escutassem quando chamados. Algumas crianças são até consideradas surdas pelos pais ou médicos porque não respondem. Lembro-me de minha mãe me chamando várias vezes até eu finalmente olhar para ela.

Quarta característica: a questão do olhar. Há um mito de que autistas não olham nos olhos. Não é verdade para todos. Muitos, como eu, não sustentam um olhar contínuo, mas ainda olham nos olhos. Pode haver desconforto, especialmente com estranhos.

A quinta característica é a falta de noção de perigo. Muitos autistas, crianças ou adultos, às vezes não percebem os riscos ao seu redor.

Sexta característica: quando criança, autistas tendem a apontar mais do que falar o que querem. Lembro-me de fazer isso quando era mais jovem, muitas vezes levando minha mãe a tentar adivinhar o que eu queria.

Sétima: brincar de forma diferente. Durante uma conversa com uma amiga autista, descobri que ela costumava brincar com feijões na infância, algo que me surpreendeu.

Outro ponto importante a ressaltar é que o comportamento ou a forma de interagir pode variar dependendo do ambiente ou da situação. Em algumas circunstâncias, uma pessoa autista pode parecer totalmente confortável e em outras, pode sentir-se extremamente sobrecarregada ou deslocada.

A interação social pode ser particularmente desafiadora. Muitos autistas têm dificuldade em entender nuances sociais ou em ler sinais não verbais, o que pode levar a mal-entendidos. Para alguns, manter uma conversa pode exigir um esforço considerável, enquanto para outros, a conversa pode fluir mais naturalmente.

Outra característica comum é a sensibilidade sensorial. Sons altos, luzes brilhantes ou até mesmo certos tecidos podem ser desconfortáveis ou até insuportáveis para alguém no espectro autista. Isso não significa que todos os autistas terão sensibilidades idênticas, mas muitos compartilham desafios sensoriais em algum grau.

Além disso, há uma paixão ou foco intenso em interesses específicos. Isso pode variar de arte a ciência, música ou qualquer outro tópico. Estes interesses podem mudar ao longo do tempo, mas muitas vezes são abordados com um nível de dedicação e entusiasmo que pode ser raro em não autistas.

Por fim, é crucial entender que, embora existam características e desafios comuns, cada pessoa autista é única. Cada indivíduo tem suas próprias forças, desafios, personalidade e experiências. Generalizar ou fazer suposições pode levar a mal-entendidos e estereótipos. Em vez disso, é sempre melhor abordar cada pessoa como um indivíduo e ouvir suas experiências e perspectivas pessoais.

Brincava com caixa de sapato, brincava com a roda do carrinho. Está bem vez a criança brincar com o carrinho normal, ela vira o carrinho, ele ficou observando aquela roda girar. E eu brincava com as embalagens dos brinquedos, eu não sabia brincar, sabe? Brincar de fato. E então, brigada às formas diferentes, também empilhar os brinquedos. Incinerar isso vai para a vida inteira. Tá gente? As coisas na minha cara são consideradas, são por ordem de cor de tamanho. Eu só não sigo ordem alfabética porque não. Por exemplo, no caso dos livros, eu não consigo ou sigo pelo título ou pelo autor e às vezes eu fico agoniada. Então, eu sigo por ordem de cor, tem uma tamanho, né? Mas sempre seguindo uma lógica.

Então estou enquanto uma forma do seu filho está brincando e você falou: “nossa, você só que dessa brincando de forma de frente do ponto comum”, então pode sim. É um sinal 8 alteração sensorial, que é o que a gente mais fala nas redes sociais. É até o que eu falei no começo, a por isso que os focos incômodos autistas. A gente tem o sensorial muito aguçado, muito sensível, muito mais em aberto para o mundo do que as pessoas neurotípicas. Então, o som pode nos incomodar e não necessariamente qualquer tipo de som. Porque eu, por exemplo, de as um show de rock, estava Ok. Mas é o som da moto me causa crise, o som do caminhão me causa crise. Eu realmente eu choro, fico muito mal. E som de helicóptero também. Então, dependendo do som, causa uma crise sensorial. Tem autistas que vão ser toda e qualquer ruído. Então, eles ficam muito tempo com aquele abafador de ruídos para não se prejudicarem com o barulho das coisas.

Também tem a parte de toque. Eu tenho disfunção sensorial, então toques suaves me causam dor. Eu só aceito, consigo aceitar toques mais fortes. Eu tenho a questão de, por exemplo, relou no braço, tem que ir lá no osso. Um aperta aqui, lá na outra. Eu tenho essa questão de quando era pequena, se machucava um braço, eu me jogava no chão para machucar o outro. Porque tinha que ter uma simetria, um alinhamento. Então, toda e qualquer alteração sensorial é muito bom você levar no neuro. Não necessariamente vai ser autismo, mas é bom tratado com uma variação. Porque qualquer disfunção sensorial que nós temos pode prejudicar a vida inteira. É bom a gente ter ferramentas para saber lidar com aquilo.

Hiperfoco. Eu acho que eu nunca conheci um autista sem hiperfoco. E eu acho que sim, porcentos autistas que eu já conheci, que eu não conheço todos os autistas do mundo, mas todos que eu já conheci já tiveram hiperfoco na vida. Hiperfoco é quando você tá muito focada, e você quer aprender cada vez mais, quer falar cada vez mais sobre um assunto específico. E não, gente, não todo autista gosta de dinossauro. Não hiperfoco dinossauro e carro não é uma coisa de autista. Tá gente? Aqui, criança se encanta com dinossauros, criança se encanta com carros. Homens gostam muito de carros. E às vezes acaba criando aquele hiperfoco, mas não é “Ai, meu Deus, meu filho gosta de dinossauro, ele é autista”. Não. Então, hiperfoco, eu tenho muitos hiperfocos. Os meus mudam com o tempo. Eu já tive muita hiperfoco de fazer cubo mágico.

Hoje, eu pratico como esse toy. Mas eu já tive hiperfoco mesmo de passar cinco, seis, sete horas praticando sem parar. De damão machucar e eu não parar. Ou quando eu estou foco no assunto, o hiperfoco no na questão da religião. Cara, eu consigo, nossa, quase descobri a cor da meia que Jesus usava. Entendeu? Precisar de ir não, não precisava sobre Jesus. Onde a gente pode sobre religião aqui, mas é um exemplo. Então, tipo assim, cara, que tá com fofoca, ele vai procurar até a cor, o furinho da cueca do cara, entendeu? Você não tem noção. Hiperfoco é muito, é uma coisa que às vezes é prejudicial. Você tá trabalhando e tá aqui um celular que você tem foco. Ou tá fazendo uma coisa, mas tá pensando em outra.

Eu agradeço imensamente a todos vocês que têm acompanhado meu canal e sempre estão aqui, mostrando apoio e interesse pelo tema do autismo. A verdade é que é um assunto muito amplo e eu só consegui arranhar a superfície hoje. O objetivo principal é desmistificar algumas ideias erradas sobre o autismo e ajudar a criar uma maior compreensão sobre a diversidade do espectro.

E lembrem-se, cada autista é único. Enquanto alguns sinais de autismo leve são comuns, nem todas se aplicam a todos os autistas. Por isso é tão importante individualizar o tratamento e as abordagens.

Também é crucial lembrar que o diagnóstico não deve ser feito com base apenas em vídeos ou listas na internet. É importante consultar profissionais capacitados para uma avaliação adequada. Se você suspeita que você ou alguém que você conhece pode estar no espectro, procure ajuda médica.

Por último, mas não menos importante, quero agradecer a todos pelo carinho e pelas mensagens de apoio. Vocês não têm ideia de como isso me motiva a continuar meu trabalho e a lutar por mais inclusão e entendimento na sociedade.