TDAH sintomas: Como identificá-los em diferentes idades

Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH) é um dos transtornos neuropsiquiátricos mais comuns diagnosticados em crianças, e sua persistência na adolescência e vida adulta é uma realidade reconhecida.

Apesar da prevalência alta, muitas vezes, o TDAH é mal compreendido, estigmatizado e diagnosticado de forma inadequada. Este artigo tem como objetivo elucidar os sintomas do TDAH em diferentes idades e como eles podem ser identificados.

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Infância

Na infância, os sinais do TDAH geralmente se tornam aparentes entre os 3 e 6 anos de idade. Os principais sintomas incluem desatenção, hiperatividade e impulsividade, manifestando-se de várias maneiras:

  • Desatenção: Crianças com TDAH podem ter dificuldade em manter a atenção em tarefas ou atividades, muitas vezes parecendo que não estão ouvindo quando faladas diretamente. Elas também podem ter problemas para organizar tarefas e atividades, esquecer facilmente as coisas e ser facilmente distraídas por estímulos externos.
  • Hiperatividade: A hiperatividade no TDAH pode se manifestar como agitação excessiva, dificuldade em permanecer sentado quando necessário, correr ou escalar em situações inadequadas e falar excessivamente.
  • Impulsividade: As crianças podem agir precipitadamente sem pensar nas consequências, ter dificuldade em esperar a vez, interromper ou se intrometer em conversas ou jogos.

Adolescência

À medida que as crianças com TDAH entram na adolescência, os sintomas podem mudar e se tornar mais complexos. A desatenção geralmente persiste, enquanto a hiperatividade física pode diminuir. No entanto, esta pode ser substituída por inquietude ou impulsividade comportamental:

  • Desatenção: A desatenção na adolescência pode manifestar-se como dificuldade em focar em tarefas escolares, seguir instruções complexas, ou gerenciar o tempo e organização. Isso pode levar a um fraco desempenho escolar e tensões sociais.
  • Impulsividade: A impulsividade na adolescência pode se tornar mais complexa e potencialmente problemática. Isso pode se manifestar como tomada de decisão precipitada, comportamento de risco, como condução imprudente, ou dificuldades nas interações sociais.

Adultez

Muitos adultos com TDAH não são diagnosticados na infância e podem passar anos lutando com sintomas não identificados. No entanto, o TDAH na vida adulta pode ter um impacto significativo na vida profissional, no bem-estar emocional e nos relacionamentos:

  • Desatenção: Adultos com TDAH podem ter dificuldade em concentrar-se, manter a organização, cumprir prazos e gerenciar múltiplas tarefas. Isso pode levar a dificuldades no trabalho e tensões nas relações pessoais.
  • Impulsividade: A impulsividade pode se manifestar como impaciência, frustração fácil, mudanças de humor e problemas em manter relacionamentos estáveis.

Identificar o TDAH em qualquer idade envolve uma avaliação abrangente por um profissional de saúde mental treinado, levando em consideração os sintomas, o impacto desses sintomas na vida diária do indivíduo e a exclusão de outras condições de saúde mental ou física que possam causar sintomas semelhantes. Se você ou alguém que você conhece está lutando com sintomas que podem ser de TDAH, é crucial procurar ajuda profissional. O diagnóstico adequado e o tratamento precoce podem melhorar significativamente a qualidade de vida e o bem-estar de pessoas com TDAH.

  • Hiperatividade: Embora a hiperatividade física possa diminuir com a idade, adultos com TDAH ainda podem sentir uma inquietação interna ou uma sensação de estar “conduzidos por um motor”. Eles podem ter dificuldade para relaxar e se sentir constantemente ocupados ou sobrecarregados.

Além disso, adultos com TDAH frequentemente experimentam outros problemas de saúde mental coexistentes, como depressão, ansiedade e abuso de substâncias. Esses problemas podem complicar ainda mais o diagnóstico e o manejo do TDAH.

Envelhecimento e TDAH

Embora seja menos comumente reconhecido, o TDAH também pode persistir na terceira idade. Idosos com TDAH podem sofrer de problemas de memória, desatenção e desorganização que podem ser erroneamente atribuídos ao envelhecimento normal. Reconhecer e tratar o TDAH em idosos pode melhorar significativamente a qualidade de vida.

Jornada de João: Navegando pelo TDAH através das Idades

Imagine-se no papel de Ana, uma professora dedicada do 1º ano do Ensino Fundamental. A classe é repleta de alunos vibrantes e ativos, cada um com sua personalidade única. Mas há uma criança, João, que se destaca pela energia que parece nunca se esgotar.

João está sempre em movimento, geralmente em momentos em que deveria estar sentado e concentrado em sua mesa. Ele interrompe as conversas, tem dificuldade em esperar sua vez e parece não conseguir seguir as instruções. Ana tenta criar um ambiente de aprendizado estruturado e acolhedor para João, mas muitas vezes se sente frustrada e preocupada.

Ana decide conversar com os pais de João sobre suas observações. Eles revelam que também estão preocupados e perceberam um comportamento semelhante em casa. Decidem, então, procurar a orientação de um profissional de saúde mental, que, após uma avaliação completa, diagnostica João com TDAH.

Com essa nova compreensão, a vida de João começa a mudar. Ele começa a receber tratamento, que inclui terapia comportamental e, eventualmente, medicação. Ana recebe treinamento para lidar melhor com alunos com TDAH e modifica o ambiente de aprendizagem para acomodar melhor as necessidades de João.

Os anos passam. João agora é um adolescente enfrentando novos desafios. Seus sintomas de TDAH mudaram um pouco: sua hiperatividade física diminuiu, mas a impulsividade e a inquietação persistem. Apesar disso, graças à intervenção precoce e contínua, João desenvolveu estratégias para lidar com seus sintomas.

João cresce e se torna um adulto bem-sucedido e satisfeito. Ainda luta com o TDAH, mas agora tem uma variedade de estratégias de enfrentamento e um sólido sistema de apoio em sua família, amigos e profissionais de saúde mental. Através da compreensão e do tratamento de seu TDAH, João foi capaz de transformar um desafio em uma parte gerenciável de sua vida.

A história de João é apenas uma entre muitas, mas ilustra a jornada de alguém com TDAH através das diferentes fases da vida. Ela serve para lembrar que, com a identificação correta, intervenção precoce e contínuo apoio, indivíduos com TDAH podem viver uma vida plena e gratificante.

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Conclusão

O TDAH é um transtorno complexo e duradouro que se manifesta de formas diferentes em diferentes idades. Entender essas nuances é fundamental para garantir que indivíduos com TDAH recebam o diagnóstico e tratamento corretos e possam levar vidas plenas e gratificantes.

Muitas vezes, as pessoas tendem a minimizar os sintomas do TDAH, mas é importante lembrar que é um transtorno real, com implicações sérias para a saúde mental e física. O estigma associado ao TDAH precisa ser quebrado para que mais pessoas possam obter a ajuda de que precisam. O primeiro passo para isso é a compreensão – entender o que é o TDAH, como ele se manifesta e como pode ser gerenciado efetivamente.

Se você suspeita que você ou alguém que você conhece possa ter TDAH, o passo mais importante a ser dado é procurar a ajuda de um profissional de saúde qualificado. O diagnóstico adequado é a chave para um tratamento eficaz, e o tratamento pode fazer uma diferença enorme na vida de alguém com TDAH.

Ao aprender mais sobre o TDAH, estamos não apenas aumentando nossa própria compreensão, mas também contribuindo para uma sociedade mais informada e compassiva. Com a compreensão, vem a aceitação, e com a aceitação, vem a esperança para aqueles que vivem com TDAH.